Contos de uma futura morte.

E lá foi ela, se encheu de esperança a querida criança acha mesmo que tudo vai recomeçar e que a vida lhe dará uma chance sempre que quiser, ou sentir que algo está errado.
Pobre tolinha, mal sabe ela o que ha aguarda.
Conto a vocês que ela tão pouco sabe da vida, tão pouco sabe de nada, nem da própria comida. Hora come, hora não come, não sabe o que quer e não se decide qual lado fica afinal. Esquerda ou direita?
Embora tenha fortes recaídas as direitas muitas vezes na vida por conta da profunda depressão, não deixa nunca de admirar tal beleza das esquerdas e como queria coragem para seguir ao seu grupo. Lá vai ela outra vez, se vira, distorce, amontoa, desabotoa, remonta uma vida inteira de escolhas só por acreditar não ser aquilo o que queria, afinal alguém avisa está pobre criatura que nem ela própria sabe o que quer, que fará estar errada.
Vamos então depressão, feliz e espontânea, depressão outra vez no final nem eu sei quando poderei vir buscar essa infinidade de incógnitas. Imagine eu aqui esperando que ela decida para eu me tornar a morte oficial afinal. A unica criatura vivente que parece poder escolher seu destino, decide e desdecide quando quer, mas tão tolinha que parece não perceber o dom que tem.
Acredita em amor, diz ela, mas se afasta quando sente a dor do propário e renega o tal amor, prefere a distancia dele do que o acolher de bom grado. Alguém traduz esta menina para poder então terminar o meu sofrimento e o dela, se é que ela ainda sente o sofrer pois tantas depressões e desilusões que se ainda sentir até lhe dou um desconto por toda confusão que faz em sua própria cabeça.
Afinal acredita na morte ou não? Acredita na vida então? Observo-a a tanto tempo e quanto mais ele passa menos sei a seu respeito.
Talvez ela precise de um ouvido amigo, pois ombros ela já teve coleções, se não me encontrasse em minhas condições me colocaria a ouvi-la, acredito que sairia um livro de tantas propriedades interessantes que sairia de sua boca.
Não posso força-la a nenhuma decisão e mesmo que pudesse não acho que teria efeito, então fico aqui esperando suas decisões ou indecisões até a acolher como seu ouvido amigo e assim poderemos então ser iguais.